O MASSACRE DO CARANDIRU: A HISTÓRIA ESTAVA ESCRITA NAS PAREDES…( Aguardem o próximo texto do Dr. Negrini sobre o laudo; exclusivamente para os leitores do Flit ) 32

O MASSACRE DO CARANDIRU: A HISTÓRIA ESTAVA ESCRITA NAS PAREDES

2 de outubro de 1992: pode parecer incrível, mas o maior crime, em número de mortos, já cometido no Estado de São Paulo continua, 20 anos depois, insolúvel. Sabe-se o que aconteceu com detalhes, pelos laudos periciais que foram feitos pelo IC e IML, mas ainda não se sabe quem foram seus autores. Ora, dirão, foi a PM. Mas a PM é uma instituição do Estado, logo, foi o Estado o autor do Massacre da Detenção? A verdade é que não houve, até agora, a individualização de autoria.

Relatos de muitos presos sobreviventes apontando autores foram desconsiderados. Mas os presos, no caso, eram vítimas do Estado e testemunhas presenciais dos fatos. Nem a CPI da Assembleia Legislativa, na época, conseguiu avançar neste aspecto, não obstante a combatividade de vários deputados – da situação e da oposição – que se interessaram pela verdade.

Mas não é só: também não foram realizados exames balísticos comparativos – prova que poderia identificar pelo menos algumas armas utilizadas -, sob a justificativa de que “demandariam décadas de trabalho”. Pergunta-se: se tivessem começado naquela época os exames, quantos autores já teriam sido descobertos? Pelas contas feitas acima, é bem possível que pelo menos uma boa parte dos autores já estaria identificada. E certamente teriam muito que contar. Não fica claro porque não se deu início aos exames na época. Hoje, é quase certo que tal perícia esteja tecnicamente inviabilizada em decorrência da deterioração das armas, projéteis e estojos (cápsulas, na linguagem popular). Aliás, estojos eram poucos, certamente houve uma “varredura fina” após o evento para recolhê-los. Ainda que o material restante tenha sido armazenado com todas as cautelas, a ação natural do tempo sobre os metais provavelmente os tornou inservíveis para a perícia.

Mais um detalhe: espalhou-se aos quatro cantos, na época – e até hoje muitos ainda acreditam – que os presos do Pavilhão Nove eram perigosíssimos: assassinos frios, estupradores, matadores de policiais, de criancinhas, canibais, traficantes assassinos, etc. Esta versão ganhou as ruas, grande parte da população a adotou e alçaram os policiais a heróis. A verdade é bom outra: no Pavilhão Nove, na época, só entravam presos de primeira condenação – ou seja, primários -, por qualquer crime: furto simples, roubo, tráfico, estelionato, tentativa de homicídio, pensão alimentícia, homicídio e outros – que não tinham direito a prisão especial. Naquele tempo era difícil para um condenado comum, sem posses, conseguir Habeas Corpus – aí está uma das razões dos presos passarem a se associar em grandes grupos organizados (na época, “Serpentes Negras”, embrião do “PCC”).  Tudo indica que esta organização criminosa teve início neste episódio do massacre.

A perícia comprovou que nas paredes de várias celas existiam vestígios de tiros a partir da soleira da porta, rajadas de metralhadora dirigidas para o chão, como se apontassem para presos ajoelhados ou acuados. Era a história que estava escrita nas paredes. Era a história sendo contada pelos vestígios. Outro fato que impressiona é que, vendo a morte de perto, os presos tentaram se defender desesperadamente, seja ocultando-se em celas distantes ou se escondendo debaixo de cadáveres dos executados. Este foi o relato de vários sobreviventes.

Homicídios cometidos contra os presos desarmados, confinados nos cubículos de suas celas, metralhados por policiais, agora são só uma triste lembrança de um episódio que apesar de extremamente lamentável, mudou a PM para melhor. Hoje, se alguns combatem os métodos de atuação da Polícia Militar, nem imaginam como era na época. Somente o Instituto de Criminalística atendia cerca de 220 casos de perícias de mortes em confrontos entre a PM e suspeitos somente na Capital por mês, casos denominados como “resistência seguida de morte”. Depois do laudo da Detenção, este número caiu em dois meses para menos de 30, e até hoje se mantém em patamares que, se não são ideais, pelo menos são bem mais razoáveis. Basta estudar as estatísticas para se comprovar isso. Ao menos para este propósito serviram as investigações.

Por outro lado, não se pode comparar a ação no Pavilhão Nove da Casa de Detenção, contra presos desarmados e sob a guarda do Estado, com os confrontos de rua, contra bandidos armados e dispostos a matar ou morrer. Hoje a PM é uma instituição digna de reconhecimento pela população e está em constante evolução para acolher a filosofia moderna dos direitos humanos.

O que se pode lembrar, passados 20 anos, é que graças a alguns parlamentares que lutaram decisivamente contra a tentativa de “pizza” – e graças também (e principalmente) ao próprio Secretário recém-empossado na época, Michel Temer – houve esforços decisivos para que pelo menos a história do Massacre fosse desvendada e descrita com toda a transparência, inclusive com a exibição de fotos chocantes, como a pilha de mortos no Pavilhão Nove. Pessoalmente, considero que o apoio do Secretário – e, por extensão, do Governador Fleury – na ocasião foi determinante para que o laudo pericial do local repercutisse em toda a imprensa; caso contrário, terminaria em alguma gaveta como vários outros documentos sobre o fato.

Muitos relatos e livros apareceram contando as mais variadas histórias sobre o Massacre. Mas só quem esteve lá dentro e viu as pilhas de cadáveres no saguão do Primeiro Pavimento e a cachoeira de sangue nas escadas, pode entender o terror que representa uma cena como essas, que desperta sentimentos que nem o mais perfeito escritor ou diretor de cinema é capaz de transmitir. Muitos policiais militares, que não participaram do massacre, lamentaram profundamente o incidente e inclusive auxiliaram a perícia, fornecendo fontes de iluminação, luvas e máscaras.

Difícil de entender é que os supostos autores do massacre não foram ainda julgados, o que só deverá acontecer no início de 2013, mais de vinte anos passados. E o único que foi a júri, o Cel. Ubiratã, na verdade não chegou a participar diretamente, pois foi socorrido logo no início da invasão do Pavilhão Nove, por ter sido ferido pela explosão de um aparelho de TV ainda no pavimento térreo. Ele foi condenado pelo júri e sentenciado a mais de 600 anos de cadeia, mas teve sua pena anulada pela Justiça, mesmo depois da brilhante atuação da acusação do Ministério Público em plenário e de todas as provas apresentadas. Ele respondeu pelo fato de que estava no comando da tropa e, portanto, teria pleno conhecimento da ação e de seu planejamento.

Osvaldo Negrini Neto

 Perito Criminal aposentado, autor do laudo do Massacre da Detenção.

Um Comentário

  1. Se um dia um familiar seu ou mesmo você sr. perito, e que Deus o livre, for vítima de uma inocente criatura que escapou do inferno injusto do cárcere ou mesmo das garras dos policiais assassinos, reze e peça a DEUS que o socorra, pois quem deveria lhe proteger e livrar a sociedade desse lixo já foram colocados como os verdadeiros e cruéis bandidos.
    Coitadinhos dos encarcerados na casa de ressocialização do Carandiru, um amontoado de inocentes injustiçados e mortos cruelmente por assassinos vocacionados, será que alguém já pensou nos parentes e vítimas dos malditos que estavam lá cumprindo pena e comendo e dormindo as custas de quem é honesto ?
    Morreram poucos, a contagem deveria ter sido de 100% de baixas e os próximos a cumprir pena lá, deveriam ficar junto com os corpos em putrefação !
    Se a cada semana tivéssemos um episódio desses não estaria o primeiro estado da federação nesta merda e caos da SSP !
    Vagabundo bom é vagabundo morto, enterrado em pé para não ocupar espaço !!!

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  2. Rola nos bastidores uma ESTÓRIA de que no carandiru, quando tinha fuga (que aliás, eram constantes) computavam bem mais malandros na empreitada do que realmente haviam fugido. Você deve estar perguntando o porquê faziam isso? Eu explico….no mesmo enredo fictício, portanto, apócrifo, dizem que depois da fuga, poderiam “vender” as saídas para os chefões, pois já constavam como PROCURADOS E FUGITIVOS, sendo assim, poderiam sair pela porta da frente. Houve um tempo em que havia tanta gente lá, computada como FUGITIVA que era uma loucura a alimentação e demais procedimentos administrativos que não fechavam as contas. Imaginem só, após a ação da PM ter matado tudo aquilo e descobre-se que constavam alguns como FUGITIVOS…estranho né…..mas isso é tudo ficção….PCC não existe, nem a fada dos dentes, nem o saci pererê

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  3. DR. NEGRINI, SUGIRA AO GOV. DO ESTADO UMA DATA COMEMORATIVA E QUEM SABE UM FERIADO EM MEMÓRIA DESSES VAGABUNDOS. VAI PROCURAR O QUE FAZER MEU..

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  4. JÁ SALVEI A MINHA VIDA

    ATIRANDO DEITADO

    RENTE AO CHÃO !!!

    PODERIA SER ALVEJADO, NÃO FUI . . .

    DEIXA EU REMEMORAR

    A SPTC IC IML

    NÃO FAZ MUITO TEMPO

    ESTAVA LIGADA A PC -DG

    ALGUÉM FICOU ASSOPRANDO NO OUVIDO DOS DOUTOS

    QUE FICARIA LEGAL SEREM APARTADOS DA PC

    E FICAREM SUBORDINADOS DIRETAMENTE A SEC SEGURANÇA

    ALGUÉM LEMBRA DISTO ???

    PRECISA FALAR QUEM ASSOPROU ???

    POIS BEM ESTE SR APOSENTADO AGORA QUE A POEIRA ABAIXOU

    ESTA QUERENDO O QUE ???

    E QUE PARTICIPAÇÃO ELE TEVE NA DIVISÃO ???

    ISTO AQUI É UM SITE DE POLICIAIS CIVIS SRS PARA CIMA DE NÓS ???

    AHHH SÓ A TÍTULO DE MAIS LUZ, QUEM FAZ O CONCURSO DE PERITOS, MÉDICOS LEG E DEMAIS CARREIRAS DA SPTC É A ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL DO EST. SP !!!!

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  5. Que merda essa o Dr. “não sei quem”, a PM tem que aderir a esses bando de vagabundos que estão olhando e não fazem nada? Que so reclamam e criticam e fazem apologia aos criminosos… Meu amigo acima está certo vcs estão querendo uma data alusiva um feriado nacional para gloriar as supostas vitimas do CARANDIRÚ.
    O PCC está usando tecnicas de Guerra para
    desestabilizar e causar discórdia entre as
    forças policiais “Arte da Guerra” “La Onda” “Teoria do Caos”.
    Ja fizeram essas perguntas?
    PQ O PCC SO ESTA ATACANDO A PM?

    SERÁ QUE A PM É A UNICA INSTITUIÇÃO QUE PODE ATRAPALHAR O PCC DE TER O DOMÍNIO DO ESTADO.

    NÃO TÁ NA HORA DA PM CRUZAR OS BRAÇOS E PARAR PRA VER NO QUE VAI DAR?

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  6. Bem, e aquela investigação sobre fraude no concurso para fotógrafo, ou sei lá o que da SPTC… parou tb, ou daqui 20 anos outro com rabo preso vai querer aparecer??

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  7. Estava lendo uma outra matéria na folha que falava que a PM ta matando mto.
    Ai surgiu esse Dr. falando um monte de abobrinha depois de 10 anos, os bandidos matam todo dia uma porrada de inocentes trabalhadores, alguém faz alguma coisa a não ser a polícia? se ela por sua vez, perder o controle, o estado fica de vez na mão dos bandidos!

    Em 2011 no Decap teve 91 latrocínios e em 2012 já registra 71, quantos mil bandidos a polícia prende por ano? existe ressocialização nos detentos?
    O problema é esse nosso governo totalitário, que acredita que só prender resolve, bota essa cambada de pobres inocentes pra trabalhar em regime forçado, corta todos os benefícios (visita íntima e etc) e paga um salário pra família que resolve tudo! Ta na hora do botar ordem.

    Já passou da hora do IC-IML deixar de ser considerado polícia, na constituição federal não existe Polícia Científica, já que não esta subordinada a DG, devia perder o título de polícia, tirar a arma de todo mundo e virar um órgão independente igual em SC! Ai veremos se as opiniões irão mudar!

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  8. QUER SABER????
    FODAM-SE OS MORTOS NO CARANDIRU E FODAM-SE OS PMS ………..
    QUEM MANDOU FAZER MERDA ……… QUEM MANDOU OBEDECER O CORONÉ????
    HÁ MUITO TEMPO ELES LAMBEM O RABO DO PSDBOSTA AGORA ESTÃO TENDO A RECOMPENSA …………

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  9. Vcs estão defendendo VAGABUNDO??? Deveria haver mais massacres desse, pelo menos nao iriamos ficar sustentando ladrão na cadeia!!! Pergunta para esses coitadinhos se eles pensaram antes de meter o cano na familia da gente??? Agora vem pagar de inocentes e ainda esse bosta que escreveu a materia vai defender??? Vc é um lixo igual a eles e merece o mesmo destino!!!! Quem passa pano pra ladrao é ladrao tbem!!!

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  10. Que polícia os policiais querem? Comentários sobre grupos de extermínio em SP

    Por Cecília Olliveira

    Ontem eu postei no Blog o texto “Em cada batalhão há um grupo de extermínio”, feito pela repórter Tatiana Melino, da Agência Pública.

    Primeiro, identificam-se os “bilões” de cada batalhão, que, na gíria da Polícia Militar (PM), são os policiais mais violentos. Depois, eles são chamados para integrar os “caixas-dois”, como são conhecidos os grupos de extermínio de cada batalhão. Para o “trabalho”, geralmente usam viaturas da Rota e da Força Tática – ou Forjas Trágicas, como são apelidadas. O caixa-dois é formado por três integrantes, sendo um deles escoltado até um local seguro, onde tira a farda, coloca uma roupa civil e usa uma moto ou um carro para orientar ou executar os assassinatos. Geralmente, atuam em sua área de circunscrição de trabalho. Leia mais.

    Quase que imediatamente após o compartilhamento em redes sociais, viram as “pedras”. Aqui, alguns trechos:

    “Cuidado com seus comentários, vocês estão jogando lama na farda de milhares de policiais honrados”

    “denuncias infundadas tentando manchar a honra de umA polícia legalista, que é a nossa PMESP, que sem dúvidas é uma das melhores do país”

    “Qual seu interesse em denegrir a imagem da PMESP? Já que se julga imparcial, porque não faz as mesmas “investigações” com todas as policias, PC, PF, GCM’s?”

    Mesmo quando eu lia algum comentário que eu achava que ia acabar bem, ele acabava no mesmo lugar comum dos outros:

    “Sou Policial Militar á 28 anos no RGS , já vi e passei por muita coisa e não me surpreendo facilmente , ja tive o desprazer de prender colega de farda e como todo mundo sabe existe maus profissionais em todas as classes” (…) “uma imprença manipulada e sensacionalista que temos isso seria manchete para um mês inteiro , vejo isso como uma maneira de manchar a confiança da população em uma instituição que é o ultimo recurso de socorro”

    Tentei, em vão, justificar que as denúncias se dirigiam a pessoas que compunham a instituição polícia militar, e não à integra da corporação, em sua unidade. Afinal, ou as pessoas não sabem discernir um indivíduo PM da Instituição Polícia Militar ou então elas preferem varrer a sujeira pra debaixo do tapete, protegendo o câncer que é o mau policial, que deveriam torcer pra ser extirpado. Mas se eles defendem a permanência da laranja podre no pomar, como podem querer reclamar das críticas depois? Eu me esforço, mas não consigo entender…

    Aí eu recebo DOIS comentários que valeram a pena todo o sacrilégio e execração, feitos por Sandra Paulino.
    Leiam:

    “O nome do Sd PM JULIO CÉSAR LIMA DO NASCIMENTO desde junho de 2011 estava marcado como o primeiro de uma lista de morte. O segundo é o meu:
    Imagem do Blog da Sandra, com nomes

    No fim de tarde de 04 de setembro de 2011, domingo, enquanto descansava em casa, recebi a notícia: “MATARAM O SOLDADO NASCIMENTO”. Inconformada com a tragédia e a fria descaracterização do crime continuo lutando pelo esclarecimento da criminalização por ele sofrida e pela investigação de sua morte, no âmbito federal. A memória de mais um policial, que a PM não soube honrar, proteger e valorizar não pode ficar manchada. Os bandidos não chamo de “policiais”, chamo de bandidos mesmo e eu sei quem são eles, assim como eles sabem quem eu sou:

    Depois de 3 dias de sua morte, sofri atentado a tiros, no meio da rua, com dezenas de testemunhas que a Polícia Civil jamais investigou, embora governador, secretário, comandante geral e outras autoridades tenham sido cobrados pela SDH e SENASP da Presidência da República sobre minha segurança. O Sd NASCIMENTO se tornou “alvo” na PM depois da prisão em flagrante de roubo de carga, de bandidos que, não sabia, eram PMs da mesma 3ª.Cia/36BPM/M, Embu das Artes em dezembro de 2006. Daí em diante a criminalização foi se agravando, com “assalto” que quase o deixou paralítico e por ter reagido, sofreu três processos, sem avaliação do perfil de quem o acusava; alguém que se diz “defensor de direitos humanos”, que na verdade é apenas um oportunista, acusando o Sd NASCIMENTO de “sumir” com o agressor, que continua “desaparecido”:

    Ouvidor dos Direitos Humanos é preso por suspeita de extorsão em Cotia
    A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, abriu processo legislativo RGL 5912/2011 e apesar do parecer da deputada Leci Brandão, para apuração da morte do Sd NASCIMENTO, a investigação não teve maiores resultados. O deputado MARCO AURÉLIO, estranhamente, propôs arquivamento de medidas de proteção aos direitos humanos de outros policiais, RGL 5913/2011, encaminhados à ALESP através do CONDEPE-Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana. Esse Conselho, que tem lei própria com poderes não subordinados ao governo do Estado, acabou se tornando mero órgão político que absolutamente nada resolve e que me pareceu, pretende usar as tragédias pessoais de policiais assassinados, como se fosse a palmatória com que se bate no governo.

    Solicitei em 04/10/11, na CDH do Senador que PAULO PAIM remetesse minha denúncia ao Ministério da Justiça:

    Em 30 de outubro, reiterei isso diretamente à Presidência da República. A SENASP cobrou explicações da SSP/SP e o secretário apenas devolveu a resposta do Cel CAMILO; uma mentira tão deslavada, que envergonha o povo paulista e que foi contestada tanto por mim quanto pela imprensa:

    Ofício da Senasp
    Os outros documentos você pode ver aqui, no Blog da Sandra.

    Em maio, a PF começou a investigação sobre o assassinato do Sd NASCIMENTO e coincidentemente os atentados contra mim aumentaram: são tiros, perseguições quase diárias a caminho de casa, à porta da escola de minha filha, à porta do escritório e NADA, ABSOLUTAMENTE NADA É INVESTIGADO PELA POLÍCIA CIVIL da região oeste da Grande São Paulo, em Cotia e Embu das Artes.

    Por isso e pela coragem da jornalista TATIANA MERLINO, deixo registrado meus parabéns pela reportagem e pelo mínimo de valorização “in memorian”, do Sd NASCIMENTO.”

    Este foi o relato de Sandra, que depois do ocorrido se uniu a policiais que repudiam a conduta criminosa de alguns membros da Corporação e fundou o Movimento Nacional dos Direitos Humanos dos Policiais.

    Para quem conhece minimamente meu trabalho, sabe que critico sim policiais que tenham conduta questionável, mas defendo com unhas e dentes que os bons profissionais tenham melhores condições de trabalho, que tenham direitos humanos como todo cidadão, como podem ver aqui:

    Direitos Humanos para os policiais: “É preciso reformar regulamentos das polícias estaduais e mudar o modelo da formação”

    Direitos Humanos devem valer para policiais

    Rio Vermelho: A luta agora é por Anistia e Reconhecimento de direitos

    Eu marchei também, na passeata do Rio Vermelho, pela greve os Policiais e Bombeiros
    Militares do Rio, cujas fotos podem ser vistas aqui.

    Então, como eu digo: defendo os bons policiais. Os maus tem que sair da corporação para que esta não fique na lama. Defender os maus policiais só depõe contra quem o defende e ajuda a corporação a manter a má fama de “corrupta, bruta, injusta, truculenta, miliciana”. Que polícia vocês, policiais, querem?

    http://armabranca.blogspot.com.br/2012/09/que-policia-os-policiais-querem.html

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  11. 01/10/2012 20:38
    Opinião – Corrupção na FDE, um caso para investigar
    Alencar Santana*

    Há quase um ano, a Assembleia Legislativa, por meio da Bancada do PT, tem usado as regras regimentais para exercer a prerrogativa constitucional de fiscalizar as ações do Poder Executivo e apurar as denúncias de irregularidades na Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), como a fraude na licitação de mochilas escolares, nas obras de escolas públicas e na destruição de livros e apostilas didáticas, tudo operado por José Bernardo Ortiz, nomeado presidente da instituição pelo governador Geraldo Alckmin, em 2011.
    Em novembro do ano passado, após meses enfrentando a blindagem da base aliada do governador Alckmin, a bancada petista conseguiu que a Comissão Permanente de Fiscalização e Controle fizesse a convocação de Bernardo Ortiz, para comparecer, em 30 dias, ao Poder Legislativo paulista, para esclarecer as despesas com compra de mochilas e contratações para reforma das escolas, e também elucidar os critérios sobre as quantidades e os gastos com livros adotados pela Secretaria Estadual de Educação.
    Desde então, a bancada enfrenta uma batalha contra o bloqueio da base de sustentação do governador, com pedidos de CPIs, requerimentos de representação e convocação, além de acionar o Ministério Público estadual com o protocolo de representações com as denúncias sobre a fraude na licitação das mochilas e a compra de livros didáticos em quantidade muito acima da demanda para posterior destruição dos mesmos.
    O conluio das empresas fornecedoras das mochilas provocou o sobrepreço de aproximadamente R$ 11,5 milhões. O valor da comissão paga, acusa a promotoria, foi de pelo menos R$ 1,74 milhão, correspondente a 5% sobre o desembolso total, segundo apuração do Ministério Público, que acatou a representação dos deputados petistas.
    A segunda representação do PT ao MPE, que diz respeito à aquisição de apostilas em quantidade acima do necessário, com um prejuízo ao erário estadual de R$ 130 milhões, também foi acatada, mas ainda está em análise.
    Além de provocar o MPE e de convocar Ortiz, a bancada requereu que a Assembleia Legislativa, por meio das comissões de Fiscalização e Controle e de Educação e Cultura, emitissem convite a Djalma da Silva Santos, empresário que contribuiu com o MPE na apuração do esquema.
    Como se não bastassem todas essas irregularidades, a FDE, que conta com o orçamento anual de R$ 2,5 bilhões, também foi questionada nos relatórios do Tribunal de Contas do Estado nos exercícios de 2007 a 2011. A fundação gastou cerca de R$ 8 bilhões sem que houvesse a necessária discriminação da finalidade e descrição do objetivo.
    A má gestão dos tucanos é latente com o descaso na educação que reflete na qualidade do ensino público, desde a adoção da aprovação automática, que trouxe transtornos e resultados pífios nos sistemas de avaliação, sem falar na falta de respeito e estímulos para com os professores, até a ausência de lisura na aplicação dos recursos públicos. Os desvios para obtenção de favorecimentos que chegam à ilegalidade não podem deixar de ser investigados e punidos no rigor da lei.
    *Alencar Santana é líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo.
    “O conluio das empresas fornecedoras das mochilas provocou o sobrepreço de aproximadamente
    R$ 11,5 milhões.”

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  12. 01/10/2012 – Estadão – Notas e Informações – O balanço da violência

    Depois de ter caído nos últimos anos, a violência criminal voltou a crescer no Estado de São Paulo. Segundo as últimas estatísticas da Secretaria da Segurança Pública, em agosto de 2012 os homicídios dolosos (em que há intenção de matar) aumentaram 8,6%, com relação ao mesmo período em 2011. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

    Na capital, o crescimento acumulado do número de homicídios dolosos nos oito primeiros meses do ano foi de 15,2%. Nos 93 Distritos Policiais da cidade, somente 2 – o da Liberdade, na região central, e o de Monções, na zona sul – não registram homicídios, entre janeiro e agosto deste ano. Com 35 assassinatos em oito meses, o Parque Santo Antônio, na zona sul, foi o bairro mais violento da capital.

    Até o mês passado, a Secretaria da Segurança Pública contabilizou 3.109 vítimas em todo o Estado, em 2012. Quase todos os demais indicadores também registraram aumento da criminalidade. Apesar de ter caído na capital, o número de latrocínios (roubo seguido de morte) cresceu 71,4% no Estado. Os crimes de estupro aumentaram 31%. Nos oito primeiro meses de 2012, foram roubados 58.948 automóveis – um número 15,3% superior do que o verificado no mesmo período no ano passado. Já a apreensão de entorpecentes aumentou 15,37%. Entre janeiro e agosto deste ano, foram realizadas 27.648 ocorrências.

    Dos 17 tipos de crime cujas estatísticas são divulgadas com regularidade pela Secretaria da Segurança Pública, só 3 registraram queda significativa no Estado. Os homicídios culposos (em que não há intenção de matar) caíram 7,1%. As mortes culposas decorrentes de acidentes de trânsito despencaram 37,5%. E os roubos a banco diminuíram 52%. Por causa da melhor qualidade das câmeras de segurança e da preferência da população de pagar contas com cartão de crédito, este foi o crime patrimonial que mais diminuiu. “As câmeras mostram até a cicatriz do ladrão. Antes, não permitiam identificar ninguém. O roubo a banco envolve um risco imenso, para resultados modestos”, afirma o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima.

    As estatísticas sobre violência criminal, cuja divulgação periódica se tornou obrigatória há quase duas décadas, são um instrumento fundamental para se avaliar a trajetória da criminalidade no Estado. Com base nos números coletados pelos boletins de ocorrência, as Polícias Civil e Militar (PM) passaram a planejar melhor suas atividades. Mas, apesar do aumento da eficiência policial, os bandidos – sobretudo os do crime organizado – são criativos. Para financiar a compra de drogas, por exemplo, o narcotráfico antes assaltava bancos, lembra o delegado-geral da Polícia Civil. Com o aumento da repressão a esse tipo de crime, os traficantes passaram a recorrer a roubo de veículos.

    A tendência de recrudescimento da violência criminal é preocupante, mas alguns dos fatores responsáveis por esse aumento são conhecidos. Um deles é a reincidência de criminosos que aguardam em liberdade o julgamento de seus processos ou foram beneficiados pelo regime da progressão da pena, obtendo indulto e liberdade condicional. Outro é a crescente participação de adolescentes em assaltos. Menores de idade e, portanto, inimputáveis, eles são usados como mão de obra preferencial pelo crime organizado.

    A reforma do Código Penal que vem sendo preparada pelo Senado era uma excelente oportunidade para resolver esses dois problemas. Mas o anteprojeto ficou tão ruim que 19 entidades da comunidade jurídica, lideradas pela OAB, pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e pelo Departamento de Direito Penal e Criminologia da Faculdade de Direito da USP, estão pedindo que a tramitação da reforma seja suspensa. E a falta de uma legislação moderna e eficaz prejudica o trabalho da polícia, afirmam as autoridades da área da segurança pública, que realizaram uma megaoperação policial em todo o Estado, no dia seguinte ao da divulgação do aumento nos índices de criminalidade, mobilizando 23 mil policiais militares, e trocaram o comando da Rota e de várias outras unidades da PM.

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  13. 01/10/2012 19h08 – Atualizado em 01/10/2012 20h18
    Professora é baleada em frente a escola na Zona Oeste de SP
    Crime aconteceu nesta segunda-feira (1º) no Rio Pequeno.
    Segundo a polícia, ela sofreu uma tentativa de assalto.
    Do G1 SP

    1 comentário

    Uma professora foi baleada em frente a uma escola na Zona Oeste de São Paulo no fim da tarde desta segunda-feira (1°). Segundo a Polícia Militar, a vítima sofreu uma tentativa de assalto.
    O crime aconteceu na Rua Joaquina da Lapa, no bairro do Rio Pequeno, por volta das 18h30. De acordo com a PM, três criminosos, todos adolescentes, participaram da ação e conseguiram levar o carro da professora. Eles foram detidos pouco depois.
    A vítima foi encaminhada para o Pronto-Socorro Sara. Ela foi atingida por um tiro no ombro e precisou ser internada, mas passa bem.
    O carro da professora foi recuperado. A polícia apreendeu também a arma utilizada pelos criminosos durante o assalto, um revólver calibre 32. Os suspeitos foram levados para o 89° Distrito Policial, no Portal do Morumbi, onde o caso será registrado. De acordo com a PM, todos possuíam passagem pela Fundação Casa.

    NEM A POBRE EDUCADORA TEM SEGURANÇA PARA VOLTAR PARA CASA! ESSE É O ESTADO DE SÃO PAULO QUE GERALDO ALCKIMIM É GOVERNADOR E PERTENCE AO PSDB !

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  14. meus amigos, essa historia do carandiru, nunca chegou ao publico da maneira real como os fatos aconteceram. Tive a oportunidade de conversar com 3 ex detentos em epocas diferentes, que la estiveram no dia dos fatos e todos foram unanimes em afirmarem que quando a PM entrou nos pavilh’oes, j[a havia muitos presos mortos e se a PM n’ao tomassem aquela atitude, tambem n’ao conseguiriam abafar a rebeliao.,. Segundo eles, antes da entrada da PM, os presos estavam tomados de uma furia insana, um matando o outro de uma maneira incontrolavel, era briga de gangues Eles conseguiram sobreviver, porque se sujaram com o sangue de outros presos ao seus lado e fingiram se de mortos. Quando a PM entrou, eles ainda se fingindo de mortos se ocultaram sob os corpos de outros presos ja mortos. Apesar de se salvarem, n’ao puderam observar a acao da policia. Segundo eles ainda, a policia n’ao tinha outra alternativa, pois os rebelados estavam todos armados, pois antes do confronto, todos eles se prepararam fazendo estiletes, escondendo barra de ferros e at[e arma de fogo eles tinham. Esses mesmo, estranham que so divulgaram o numero de mortos pela PM e os outros que foram executados pelos companheiros antes da entrada da PM, e segundo eles n’ao foram poucos.
    Eis ai meus amigos uma pequena parte dessa longa historia.

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  15. Osvaldo Negrini, de que lado você está? dos presidiários ou policiais? os que morreram lá dentro eram cidadãos de bem? dizendo essas besteiras vc acha que os bandidos irão ressuscitar? já vi que vc quer colocar pais de familia na cadeia, mas não vai conseguir. Agora sei de que lado vc está…

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  16. Como se inicia uma guerra? Resposta : Todas são iniciadas com atitudes covardes que causam revoltas, uma ação provoca uma reação, e nunca termina. Esta guerra esta matando policiais como nunca, e o pior, tem gente passando a idéia que o risco é inerente a profissão, como se as mortes covardes fizessem parte do cotidiano. Sera que estas pessoas sabem como é sair de casa com a familia com medo de levar um tiro, ou pior atingir seu familiar? Não acho que saibam, pois residem em àreas bem longe da periferia. Perdemos o direito ao convivio dos nossos amigos, não podemos estar em um bar, ou frequentar local público em nossas folgas, senhores estamos cumprindo pena em nossos lares, em prisão domiciliar. Já a algum tempo perdemos o direito ao respeito como agentes públicos, basta ver como um policial é tratado e protegido pela legislação em um pais como USA ou Inglaterra. Sou critico da PM, tenho a opinião que seu desenvolvimento nos ultimos se deu sobre a tutela do militarismo , e apesar de sua modernização,nunca eliminou os camuflados defeitos adquiridos na ditadura. Nunca conseguiu mudar a mentalidade de seu principal agente, o policial de rua. Mas apesar de tudo, não acho justo que em nome do estado, tenham que cumprir pena em suas residências, sem direito a liberdade plena. Nós Policiais Civis achamos saber o porque da revolta do PCC, tudo indica ser o “modus operandis” da ROTA, no combate ao crime que originou toda esta violencia contra os Policiais Militares, generalizando bombeiros, praças administrativos, etc. Acreditem irmãos nossa hora vai chegar, e temos que trabalhar para exterminar a “lenda” desde já, ou em pouco tempo estarão invadindo nossas casas. Exterminar sim, mas com inteligência, identificando seus membros em cada circunscrição, relacionando o patrimônio envolvido na atividade criminal, visando autuar a lavagem de dinheiro, e o principal pregarmos a união dos policiais, sejam eles civis ou militares. Esta é uma guerra de todos. Obs. Vou tentar conviver com a arrogância do comando da PM.

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  17. “Sou um sobrevivente do Carandiru”, relata ex-detento

    Por Elaine Patricia Cruz, da Agência Brasil | Yahoo! Notícias – 16 horas atrás

    “Sou um sobrevivente daquele massacre no Carandiru”, conta Sidney Francisco Sales, 45 anos, ex-detento da Casa de Detenção de São Paulo. Ele acredita que escapou da execução pelos policiais por um milagre. Sales estava preso há quatro anos e, no dia do massacre, estava em uma das celas no quinto andar do Pavilhão 9.

    Sidney Francisco Sales, sobrevivente do massacre.“Para as pessoas que sobreviveram ali, creio eu, milagrosamente, [aquele dia] estará sempre marcado em sua memória. Pior ainda é para aquelas pessoas que perderam seus entes queridos. Essas sim deveriam receber subsídios e ter a atenção do Estado e serem respeitadas”, falou à Agência Brasil.

    Sales tinha 19 anos quando foi preso em flagrante por roubo de carga de caminhão, em setembro de 1989. No dia 2 de outubro de 1992, testemunhou o que ocorreu no Carandiru e até ajudou a carregar alguns dos corpos dos detentos para o caminhão que faria o transporte até o Instituto Médico-Legal (IML).

    Anos depois, ao sair do Carandiru, Sales voltou ao mundo do crime. “Quebrei o voto que a minha mãe tinha feito. Quando fui para a porta do mercado [de trabalho], exigia-se a qualificação. E eu, queimado pelos raios solares (Sales é negro) e sem nenhuma qualificação para o mercado, a sociedade não me quis. E eu não quis a sociedade”, contou.

    O retorno ao crime foi marcado por outra tragédia pessoal. “Foi então que, num confronto [com a polícia], tomei diversos tiros e fiquei paraplégico. Aí a situação piorou muito mais. Passei a usar droga demasiadamente e me tornei dependente químico. Fui abordado [pelos policiais] e preso novamente com uma quantia de drogas”, lembrou. Na época, Sales chegava a consumir 50 gramas de crack por dia.

    Foi então que conheceu os grupos religiosos do sistema prisional e resolveu se dedicar a trabalhos sociais. “Hoje eu sou um pastor evangélico e cuido de três abrigos. Trabalho com pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social e pessoal e com pessoas que fazem uso de substância psicotrópica e álcool”, disse. Cerca de 120 pessoas são atendidas nesses abrigos. Sales também é autor do livro Paraíso Carandiru – A História do Homem Que, Levado ao Inferno, Encontrou a Porta do Céu, lançado em novembro de 2007.

    No lançamento de um manifesto contra os fins dos massacres no país, ocorrido na última sexta-feira (28), no Sindicato dos Jornalistas, em São Paulo, Sales narrou detalhadamente o que ocorreu.

    Após a remoção do entulho, nos 90 mil metros quadrados abertos serão construídos um teatro, um centro de convenções …“Naquele dia, nos encontrávamos jogando bola. Foi quando houve um comunicado de que havia se iniciado uma rebelião no andar. Ao subir, duas pessoas já se encontravam encapuzadas, com estiletes, facas, e foi dado que eles haviam se confrontado. Um ficou gravemente ferido e se evadiu do pavilhão e aí começou a aglomeração dos outros detentos, o que fez com que os agentes penitenciários também se evadissem do pavilhão”, explicou.

    Segundo o sobrevivente, os detentos começaram então a colocar fogo em setores como a marcenaria. “O fogo começou a se alastrar e, então, houve aquele monte de pessoas subindo e descendo, falando que havia sido iniciada a rebelião”, relatou. Quando os detentos souberam que a tropa de choque da Polícia Militar havia chegado à Casa de Detenção, o pânico “ficou ainda maior”.

    “Houve, sim, uma negociação, que não teve muito sucesso. A tropa de choque invadiu e começou então esse episódio e o massacre. Eu me encontrava no quinto andar e me lembrei de uma carta que uma senhora tinha me trazido com o Salmo 91. Entrei na minha cela, na 504E e naquele momento já tinham diversas pessoas ajoelhadas, clamando por seu Deus”, descreveu.

    Logo depois, contou que um policial entrou na cela e pediu para que todos tirassem a roupa e saíssem nus, para fora. “Descemos até o primeiro andar e todos tinham ficado sentados ao chão, com a cabeça entre as pernas, cobrindo a cabeça com os braços, e ali, por volta de umas 3 horas [da manhã], os policiais mandaram que os detentos retornassem para suas celas”.

    Quando ele se dirigia para a cela, um policial o chamou com um toque no ombro. “Quando me virei e achei que ia tirar a minha vida, ele me pediu para ajudar a carregar alguns cadáveres. Eu ajudei a carregar, aproximadamente, 35 [corpos]”.

    Depois disso, Sales tentou retornar novamente para a cela. No entanto, quando chegou ao terceiro andar, um policial pediu para que retirasse um cadáver que estava por ali, na cela 313E. “Era um indivíduo que estava nos ajudando a carregar os cadáveres. Creio que estavam [policiais militares] dando queima de arquivo em algumas pessoas [assassinando testemunhas]. Quando tive esse entendimento, soltei aquele cadáver e subi para o quarto andar”, contou.

    Sales disse que resolveu prosseguir até o quinto andar, onde se deparou com três policiais militares que apontaram suas armas. “Falei que o tenente tinha mandado me trancar porque eu já tinha ajudado a carregar todos os cadáveres”, explicou. Segundo o ex-detento, um dos policiais estava com um molho de chave na mão e disse: “Não sei qual é a chave desse cadeado. A chave que eu escolher vou bater no cadeado. Se o cadeado abrir, você entra. Se não abrir, vamos te executar agora”.

    Nesse momento, segundo Sales, “lembrei do Salmo 91 e, quando ele bateu o cadeado e o torceu [ele imita o barulho do cadeado se abrindo], o cadeado abriu e, milagrosamente, entrei naquela cela”. Logo depois do massacre, Sales foi transferido para a penitenciária de Mirandópolis, no interior do estado.

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  18. O problema todo do Carandiru foi a ordem de invasão pela Tropa de Choque (óbvio).

    Quem mandou a Tropa de Choque invadir não respondeu, nunca, por crime nenhum (óbvio, no Brasil).

    Que bom seria se um profissional respeitável e notável como Dr. Negrini se dedicasse, graciosamente, por diletantismo, a também investigar aqueles crimes que deixam vestígios e que nunca foram esclarecidos pelo nosso bem afamado DHPP, não?!

    Ademais, é risível o texto dizer: “Naquele tempo era difícil para um condenado comum, sem posses, conseguir Habeas Corpus – aí está uma das razões dos presos passarem a se associar em grandes grupos organizados (na época, “Serpentes Negras”, embrião do “PCC”).

    Querer dizer que os presos se organizaram no que hoje é o PCC só porque, “tadinhos”, não tinham como conseguir “Habeas Corpus”, beira o completo analfabetismo sobre o tema.

    Os presos se organizaram em grupos como os “Serpentes Negras”, embrião do PCC, em razão de sua convivência com presos políticos, criminosos políticos, guerrilheiros, misturados indevidamente aos presos comuns, misturados indevidamente graças à inteligência militar (com o perdão da antinomia) que nos governava.

    Foram os ex-guerrilheiros, “honestíssimos” como podemos constatar hoje a julgar por vários deles no poder, que ensinaram os presos comuns a se organizar com táticas, mesmo, de guerrilha.

    E, o objetivo nunca foi conseguir benefícios legais como “habeas corpus”. O objetivo dos professores criminosos políticos guerrilheiros era treinar homens que detonariam o sistema, enquanto o objetivo dos alunos criminosos comuns era o de sempre: grana! Deu no que deu.

    Mas é politicamente incorreto citar o sacrossanto nome dos guerrilheiros. É melhor, e, inclusive, “politicamente correto”, ver o preso como vítima e jogar na mídia a tese de que o PCC surgiu, desde seu embrião, em razão de os presos serem “vítimas” do Estado, da sociedade, do capitalismo, de tudo e de todos. Tadinhos dos presos.

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  19. QUE INVEJA, AQUI NO ESTADO DE SÃO PAULO OS PRESOS TEM O PODER PARALELO, MANDAM EXECUTAR POLICIAIS .

    02/10/2012 – 18h54
    Cartas de presos de NY revelam detalhes da vida na cela solitária
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    MOSI SECRET
    DO “NEW YORK TIMES”

    As cartas manuscritas chegaram às dezenas, vindas de homens que, em linguagem cheia de erros mas dolorosa, descreveram como era enlouquecer.

    “Sinto que estou começando a ter uns comportamentos de isquitzofrenia”, escreveu um homem. “Ouço vozes ecoando quando tento dormir.” Outro disse que sua mente “apodrece” com “pensamentos que são incomuns ou antinaturais, e você se pergunta de onde diabos eles vieram?”.

    Eles são detentos do sistema carcerário do Estado de Nova York, condenados por uma gama grande de crimes, incluindo tráfico de drogas e homicídio. Foram tirados da população carcerária geral e colocados em prisão solitária –ou, no jargão deles, na “caixa”–, onde viveram em celas minúsculas, do tamanho de um elevador, isolados de praticamente qualquer contato humano. Os motivos foram diversos: participação em brigas, fumar, usar drogas. Em muitos casos, porém, detentos são isolados por crimes mais graves, como apunhalar outros detentos, atacar carcereiros ou fazer tentativas de fuga.

    Tendo ficado prisioneiros de sua própria imaginação por semanas, meses ou, em alguns casos, anos a fio, os homens –muitos dos quais já sofriam de doenças mentais– colocaram sua paranoia, raiva, ansiedade e esperanças no papel, com descrições em alguns casos literárias e em outros, quase indecifráveis. Mais que qualquer outra coisa, os textos transmitem uma consciência tenebrosa de que suas identidades estavam se fragmentando –um sentimento tão desconcertante para alguns que os levou a tentar pôr fim a suas próprias vidas.

    O cabedal de cartas escritas por mais de cem detentos à União de Liberdades Civis de Nova York (NYCLU), que se correspondia com os homens para reforçar suas tentativas de combater a prática da detenção solitária, traz novos insights sobre um mundo fechado e que geralmente só é visto por uma pessoa de cada vez.

    As cartas podem acrescentar novos elementos no debate nacional sobre se manter detentos em isolamento extremo é ou não castigo cruel e incomum. Recentemente muitos Estados americanos vêm abandonando a prática, que foi tema de audiências federais no verão deste ano mas ainda é largamente aplicada no Estado de Nova York.

    Em qualquer dia dado, quase 4.500 detentos no Estado estão em detenção segregada, cerca de metade deles em detenção solitária e metade em celas com outro detento. A informação é da NYCLU, que planejava publicar na terça-feira um relatório de 72 páginas sobre suas conclusões. Uma cópia do relatório foi entregue ao “New York Times” com antecedência.

    O grupo de defesa das liberdades civis descreveu os dois tipos de encarceramento como “arbitrários, inumanos e inseguros”, argumentando que as autoridades carcerárias têm poder discricionário excessivo para enviar detentos a celas segregadas por períodos longos, mesmo por infrações menores.

    O relatório não pede a abolição da detenção solitária, mas recomenda que o departamento correcional estadual adote normas mais restritivas que reservem o isolamento para castigar detentos pelos delitos mais violentos e que o Estado faça um censo de suas celas para averiguar quais detentos realmente merecem estar nelas.

    Um porta-voz do departamento correcional, Peter K. Cutler, limitou as declarações que deu numa entrevista na segunda-feira, porque o relatório ainda não tinha sido divulgado. “A segregação disciplinar é algo que levamos muito a sério no sistema carcerário”, disse Cutler. De acordo com ele, os fatores pelos quais o departamento pauta sua ação são o comportamento do detento e a segurança das prisões. “Há um processo. Isso não é feito de modo unilateral.”

    “Os detentos têm direitos e nunca devem ser sujeitados a violência”, falou em comunicado à imprensa Donn Rowe, presidente da Associação Benevolente de Carcereiros e Policiais do Estado de Nova York. “Mas suas queixas anônimas também devem ser recebidas com uma dose apropriada de ceticismo, e é preciso lembrar ao público que o sistema carcerário de Nova York abriga alguns dos indivíduos mais violentos e problemáticos do país.”

    Nas cartas, os detentos –cujos nomes reais não foram divulgados pela NYCLU porque, segundo a organização, eles poderiam ser alvos de represálias por parte das autoridades carcerárias– aceitaram a responsabilidade pelos crimes que cometeram fora da prisão, mas questionaram se seu comportamento dentro da prisão justificava o tratamento recebido. Eles criticaram autoridades de saúde mental, enfermeiros e carcereiros que, segundo eles, ignoram suas queixas.

    “Por favor, alguém me ajude”, escreveu um homem que, meses depois, tentaria o suicídio. “Preciso de AJUDA!”

    Os detentos começaram a cumprir suas penas entre a população carcerária geral em prisões espalhadas pelo Estado. Foram transferidos para celas segregadas depois de infringir as regras. Eles foram acusados de brigar, fumar cigarros e apresentar resultados positivos em exames de drogas, entre outros comportamentos. Um deles disse que foi autuado por “olhar inapropriadamente e perseguir”, depois de olhar para o traseiro de uma carcereira quando ela se abaixou para pegar suas chaves.

    A maioria dos homens acabou ficando em um dos dois presídios estaduais dedicados exclusivamente a celas de isolamento, o Upstate Correctional Facility, na cidade de Malone, perto da fronteira canadense, e a Southport Correctional Facility, em Pine City. A monotonia era a regra durante 23 horas por dia. Eles recebiam suas refeições através de fendas nas portas. Durante uma hora por dia podiam exercitar-se numa pequena jaula metálica conhecida como “o canil”.

    Os homens “pescavam”, ou seja, passavam bilhetes, livros e revistas um para o outro, usando folhas rasgadas com tubos de pasta de dente em cima para dar peso. Mas passavam a maior parte do tempo olhando as paredes.

    “A água da pia tem cor leitosa”, escreveu um detento. “Não é branca, mas não é transparente. Nosso chuveiro é muito quente e continua a pingar mesmo depois de o desligarmos –pinga sem parar. Devido à umidade do chuveiro e da pia, estamos começando a notar mosquitos, também conhecidos como ‘moscas-das-frutas’. As paredes são marcadas com símbolos de gangues, desenhos demoníacos, muco, fezes e ferrugem. Não somos autorizados a desinfetar nossas celas. Há pasta de dentes endurecida sobre minhas lâmpadas, paredes, cama, o teto, as portas e as aberturas para entrar ar. No meu chuveiro há vários adesivos, mofo, resíduo de sabonete e o que parecem ser gotinhas de sangue ressecado.”

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  20. Ciclistas
    11.07.2012 12:22
    Governo de São Paulo recomenda: não ande de bicicleta na rua
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    Diário Oficial do Estado de São Paulo diz para ciclistas saírem das ruas. Fonte: Reprodução
    O Diário Oficial do Estado de São Paulo desta quarta-feira 11 traz a manchete “mais ciclistas, mais acidentes”. Dentro da reportagem, um especialista sugere: “para não colocar a vida de quem pedala em risco, recomendo não usar a bike no trânsito de São Paulo. É uma opção segura de lazer em cidades menores, parques públicos e em ciclovias instaladas na capital, aos domingos”.

    A reportagem, assinada pela assessoria de imprensa da secretaria de Saúde, deixa claro o tratamento dispensado à bicicleta em São Paulo. O governo do estado não a trata como um meio de transporte, mas como uma brincadeira de fim de semana. Ao invés de estimular o uso das duas rodas, o governo cria medo justamente em quem não é responsável pelos acidentes.

    Um quadro de recomendações feito pela CET (Companhia de Engenharia do Tráfego) endossa a reportagem, jogando a responsabilidade dos acidentes nos ciclistas. “O aumento da velocidade implica maior risco, portanto não é uma boa prática no trânsito”, recomenda o órgão responsável pela segurança no trânsito.

    O discurso do governo de São Paulo em dias normais contrasta com o do Diário Oficial de hoje. O governador Geraldo Alckmin propagandeia que integrou a bicicleta ao metrô, com a possibilidade de carregá-la dentro dos trens. Mas só é possível fazer isso em horários restritos do fim de semana. Ou seja, a bicicleta continua sendo tratada como diversão de crianças que vão ao parque no final de semana, e não um jeito de chegar ao trabalho.

    No município de São Paulo, as atitudes também são fracas. O prefeito Gilberto Kassab prometeu construir 100 quilômetros de ciclovias na cidade na sua gestão. Há seis meses do fim do seu mandato, só entregou 18 quilômetros.

    Seria ingênuo acreditar que a bicicleta sozinha solucionaria os problemas do trânsito paulistano e tonaria a cidade um lugar melhor. A cidade concentra os empregos em regiões distantes e milhões de pessoas a atravessam todos os dias. Não é possível pedir que alguém saia de cidades dormitórios na zona leste para trabalhar no centro de bicicleta, percorrendo mais de 30 quilômetros.

    De qualquer forma, o Estado deveria estimular o uso de um transporte que traz benefícios à cidade. Ao invés de criar uma cultura do medo e mandar o ciclista ficar em casa, deveria tornar a vida deles mais fácil.

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  21. ‘NYT’ destaca mortes de policiais no Estado

    O aumento do número de mortes de policiais paulistas chamou a atenção até do New York Times. O jornal americano publicou ontem reportagem que cita o assassinato do soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) André Peres de Carvalho, de 40 anos, como um dos “mais de 70 policiais mortos neste ano em São Paulo”. Carvalho foi atingido com três tiros de fuzil ao sair de casa, no Butantã, na zona oeste de São Paulo.
    “A escala dos assassinatos deixou muitas pessoas assustadas. Para comparar, houve 56 mortes criminosas de agentes da lei em 2010 em todos os Estados Unidos”, ressalta a reportagem.
    O jornal afirma que o aumento repentino das mortes de policiais levantou temores de uma ressurgência do Primeiro Comando da Capital (PCC). “As autoridades tentaram reduzir o papel suspeito do grupo criminoso nos assassinatos”, mas “analistas de segurança e alguns integrantes da própria polícia caracterizaram as mortes como represálias da gangue”, explica o New York Times.

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  22. lendo os comentários, me dá um vergonha enorme de ser brasileiro… que povo ignorante.

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  23. Que absurdo !!!!!!!!!!!!!!!!! Estamos falando de vida humana … Haviam muitos criminosos lá dentro , mas também muita gente que roubou para comer neste país de merda que não dá oportunidade para preto e pobre. Sim não há ladrão fora da cadeia ???? Chocada ladrão bom é ladrão morto?? horrível isto !!! Um pouco mais de amor , sejam revoltados com os políticos que roubam na cara dura e nada acontece. Tratar pessoas como bichos na cadeia , vc que julga aí em cima falando merda sabe o que é isso ??? Então não fala meu irmão!!!

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  24. O que aconteceu foi um absurdo e abuso de autoridade a lei aqui no brasil é muito injusta agora vem tudo a tona depois de vinte anos? Pra que? Pois tenho certeza que ninguem vai ser punido!acredito na lei de deus as vezes tarda mais nao falha!

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  25. Pingback: O MASSACRE DO CARANDIRU: A HISTÓRIA ESTAVA ESCRITA NAS PAREDES.. | SCOMBROS

  26. parem de se guerrear entre vcs. kerem o mentor de todo o massacre? é só juntar todo o povo ke parou esse país na base da pancada, e pedir á prisão definitiva do hitler do fleury filho; não conheço outro responsável. entendam de uma vez por todas; a policia militar só faz o k lhes é mandado. mandam jogar gás e bombas,eles jogam,mandam sentar na praça eles sentam. é o robocop do pilantra ke tá na cadeira comandando.kem morreu ke se fodeu. não defendo nem gosto de ladrão,mas é duro alguém matar um ente querido ke um dia comeu em sua mesa, e vc não saber nem kem foi ou como foi. isso não tem cor, nem raça,nem farda,nem destinção social.

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