Um dos principais chefes da Polícia Civil de São Paulo, o delegado Youssef Abou Chahin, 43, é um dos sócios do Grupo Oregon, uma empresa que oferece serviços na área de segurança privada 5

São Paulo, quinta-feira, 28 de junho de 2007
Chefe do Deic é sócio de firma de segurançaYoussef Chahin foi nomeado pela gestão Serra; grupo Oregon oferece, entre outros itens, acompanhamento de seqüestros e extorsões

Outro sócio afirmou que o delegado é só cotista; ontem, ele foi flagrado pela manhã ao chegar ao escritório da empresa, em Moema

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos principais chefes da Polícia Civil de São Paulo, o delegado Youssef Abou Chahin, 43, é um dos sócios do Grupo Oregon, uma empresa que oferece serviços na área de segurança privada.
Em janeiro deste ano, Chahin, há 18 anos na polícia, foi nomeado pelo governo de José Serra (PSDB) para assumir a diretoria do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado). A Oregon, segundo registro na Junta Comercial de São Paulo, existe desde 1993 e, de acordo com informações do serviço telefônico da empresa, se apresenta como uma das cinco maiores do país na blindagem de carros.
Procurado pela Folha, Chahin não quis comentar o caso (veja texto nesta página). Edgar Salim, um dos sócios da Oregon, afirmou ontem que o diretor do Deic é só cotista da empresa e que costuma apenas “fazer palestras” para clientes. O delegado, diz, só recebe “um pró-labore” no final do ano.
Segundo Carlos Ari Sundfeld, um dos maiores especialistas em direito administrativo do país, o sócio-cotista pode ser definido por duas características: não participa do dia-a-dia da empresa e só aparece em reuniões do conselho, uma ou duas vezes por ano. Normalmente, o sócio cotista recebe participação proporcional ao valor que investiu no negócio.
Ontem, por volta das 8h30, Chahin chegou à Oregon da avenida dos Carinás (Moema) e ficou por volta de 15 minutos. Em seguida, um Santana, que pertence ao Estado, o levou à reunião do Conselho da Polícia Civil, que ocorre às quartas.
No dia anterior, a reportagem ligou para o escritório da avenida dos Carinás para marcar uma reunião com Chahin. Um funcionário identificado como Carlos disse que o delegado “ia lá todo dia cedo”, mas que a reunião deveria ser marcada com sua secretária.
Em outra ligação, feita para o showroom da Oregon na avenida dos Bandeirantes, também em Moema, um funcionário disse que a sala dele fica no outro endereço.
A Oregon oferece, entre outros “produtos”: a) cuidar de casos de seqüestros; b) segurança de condomínios e de empresas, bem como escoltas pessoais; c) serviços de “investigação empresarial”, onde realiza “contra-espionagem industrial” e d) “detectar possíveis violações na privacidade das comunicações, sempre que solicitada, é realizada uma varredura em linha telefônica”, “com o mais absoluto sigilo”.
Como chefe do Deic, cabe a Chahin acompanhar casos de seqüestros e extorsões, já que, entre suas funções, está a de liderar delegados e investigadores da DAS (Divisão Anti-Seqüestro). Também cabe aos seus policiais usar escutas telefônicas, sob autorização judicial, como parte de investigações para diversos crimes.
Sobre Chahin, no site da Polícia Civil, consta que: “O delegado em menos de um ano [em 94] trabalhou em mais de 150 casos de seqüestro”.
Na propaganda da empresa de Chahin: “Devido à experiência adquirida em inúmeros casos concretos, a Oregon possui competência em gerenciamento de crises tais como seqüestro, extorsão e sabotagem, assessorando o cliente em todas as etapas do processo”.
Há também nos serviços da Oregon um cartão para clientes Vips, que têm direito, 24 horas por dia e em toda a Grande São Paulo, a assistência em casos de furto ou roubo de carros.
Além dos dois endereços em Moema, o grupo tem ainda uma assistência técnica no Itaim Bibi.
Documentos obtidos pela Folha comprovam que a empresa de segurança privada tem, além de Chahin e Edgard Salim, outros dois sócios: Wlademir Abou Chahin e Elie Georges El Barrak. Segundo declararam seus donos no dia 14 de junho à Junta Comercial de São Paulo, a Oregon Consultoria e Assessoria em Segurança Ltda. vale R$ 12 mil.
O Grupo Oregon está subdividido em duas frentes: “consultoria” e “blindagem de carros” (essa auto-intitulada “uma das cinco maiores do Brasil”), que também faz a venda de veículos de luxo semi-novos, alguns avaliados em até R$ 120 mil (dez vezes o valor declarado como capital da Oregon), como uma Mitsubishi Pajero Full.
Em outros documentos, Chahin figura como responsável pelo site da Oregon, que, segundo a Receita Federal, tem só uma sede em uma sala de Cotia.

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EU DEVERIA TER ACREDITADO EM VOCÊ: ELES SÃO UNIDOS.

Caro Guerra, Não nos conhecemos e pode até acontecer de nos conhecermos e não gostarmos um do outro ( coisas da natureza humana). Porém, embora não tenha me manifestado mais no forum, acompanho a leitura do que está sendo escrito pelos colegas e, francamente, o universo dos descontentes é muito baixo e dá para contar nos dedos de uma mão os comentários consistentes que não cheiram a basófia. É desanimador em uma categoria elevada CONSTITUCIONALMENTE à condição de AUTORIDADE PÚBLICA com tamanhos poderes que nós temos e não sabemos utilizá-los e ainda utilizamos mal quando o exercemos. As exceções são tão poucas que não aparecem, não são,por assim dizer, creditadas. Só aparecem os débitos. E como são grandes. Mas retornando ao ponto inicial, tenho percebido,com certo receio, o rumo de seus comentários no forum ,que embora, atinjam com precisão o núcleo da célula,( CANCERÍGENA ) da corrupção institucionalizada na corporação,possa atingir também algum corrupto, que acredite(com muita fé) que ninguém saiba que ele é corrupto, ou que tenha certeza que ninguém provará que ele(a) é corrupto(a) e resolva em um segundo de sandice, provocar ação adm ou judicial( nessa não acredito muito pela exceção da verdade) pelo que se está sendo dito no forum. Talvez não seja difícil provar, pela inexistência de conduta positiva na coerção de delitos dos quais decreveu(ex: bicho,caça níquel,etc), praticados a céu aberto ( esqueci dos desmanches),que o que se afirma no forum é verdade. Mas, sandice é sandice. E se algum insano,ou talvez até algum honesto ingênuo( quero dizer besta) resolver interpelá-lo é bom que se prepare e organize boa defesa,pois a lei e seus aplicadores costumam ser implacáveis com os desafiadores de sistemas instalados( como é o nosso). Nossa Instituição é, de certo modo, voltada para o crime, quase uma organização criminosa,tem estrutura de organização criminosa,cujas condutas vc descreveu corajosamente( compra de cargo,compra de promoção,compra,compra,compra de qualquer coisa que valha dinheiro. E o pior venda de colegas,não digo de amigos,pois venais não têm amigos, mas se tivessem venderiam. Caro guerra, pela experiência que demosnstra possuir, creio estar próximo da aposentadoria, já deve ter comido pão amassado pelo cão das trevas, preterido por idiotas em favor de idiotas(são unidos) e provalelmente o martírio prosseguirá enquanto persistir na luta inglória por esta instituição, que sinceramente, se desaparecer, ninguém perceberá. Não fazemos diferença há muito tempo. Nosso cargo não tem seido representado aa altura (CONSTITUCIONAL) que foi elevado em 1988. Não soubemos valorizà-lo e definitivamente o perdemos. Há menos que algum abalo institucional ocorra daqui prara a frente, nós sucumbimos e mesmo que ganhemos alguma sobrevida, sinceramente, não dá para contiuar. Percebemos revolta por baixos salários por parte de alguns,mas a revolta contra os pecados da instituição só vc está tendo coregem de bater o martelo. Nosso patrono é só uma lembrança. Se cuide, não vale a pena ser mártir pela instituição. Ela não quer ( se expor). Abraço, se cuide e proteja os seus. (e-mail: CAUTELA, de um colega-amigo datado de 2 de abril 2007)