LITERATURA DO CRIME…O CAMINHO SUAVE DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Todo aquele que almeja alcançar na carreira policial a classe especial e moralizar um Distrito nobre, uma Seccional ou Departamento de Polícia, quer como Delegado, quer como Investigador, deverá comprar a modesta obra por nós compilada com a inestimável colaboração de inúmeros servidores dignos.

Foi denominada “RECOGNIÇÃO RAPINOGRÁFICA”.

Uma espécie de “caminho suave” da improbidade e da criminalidade institucionalizada; um verdadeiro ABCD do fácil enriquecimento através do locupletamento via “carnê” em “buracos”, “biqueiras”, “prostíbulos de luxo”, “bicho”, “bingo” e todos os JOGOS LÚDICOS; termo aqui empregado em respeito a Juristas de nomeada, Secretários de Estado e Ministros da Justiça, inclusive.

Resumidamente: na obra tratamos, aprofundadamente, das técnicas do abuso desmedido do cargo; garantido o direito a mais completa impunidade.

Exortamos aos interessados em desvirtuar as lições, em poucas 80 folhas, para que nunca se dediquem à criminalidade violenta, ensinada pelo concorrente PCC; através do respectivo estatuto.

O neoliberalismo policial recomenda posturas mais assépticas , ou seja: a tendência futura é o crime de colarinho branco com carteira e distintivo da P.C.C.

A POLÍCIA CIVIL CORRUPTA, formada pela pujante banda podre; fundada, no século passado, na Capital por ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVXYWZ, especialistas da área.
P.S.:
A NOSSA PROFUNDA E ETERNA GRATIDÃO AO AUTOR DE A “LITERATURA DO CRIME”.

O SINDICATO DO CRIME…OUTRA AUTÓPSIA DA CORRUPÇÃO POR PERCIVAL DE SOUZA 94

Com grande alegria, dias atrás, encontrei num “seboso” de Campinas o livro “O Sindicato do Crime”, de Percival de Souza. Noutras oportunidades o folheei nas melhores livrarias, mas não o comprei por razões financeiras.Não que fosse caro, apenas a endêmica penúria dos Delegados, e policiais comuns, que nos faz distantes da leitura; entre tantos outros prazeres que nos são proibidos.

Se bem que, a rigor, ler, ainda que prazerosamente, nos parece necessidade.
Mas para quem sobrevive com parcos vencimentos, ou vencimentos mais proventos dos bicos, livro é artigo de luxo.
Um supérfluo apenas para corruptos, pois estes não fazem “bico como segurança”, contando com muito tempo e dinheiro para leitura.
E a propósito dos “bicos” aceitos como dignificantes:
“Alguns bicos são feitos em pleno horário de expediente, com carro oficial, mas nesse caso se considera que tudo está bem. Muitos gastam a maior parte de seu tempo em cursinhos particulares que preparam candidatos a concursos públicos. O que não pode é o policial fazendo “bico” de segurança.” (cf. fl. 217)
Grande verdade Percival, mas pode ser dono da empresa.
Uma leitura obrigatória; valendo até para conhecer o significado dado para “seboso”, em nada relacionado com “sebo” de livros.
Perdoem-me, contudo não farei aqui resumo da obra; apenas remissões.

Pois o autor – com o estilo elegante, polido e comedido de sempre – nos impõe profunda reflexão.
E nos obriga – digo daqueles que militam na polícia – ao aprofundamento de pesquisas e investigação acerca daquilo que cotidianamente acontece em nosso derredor.
De se ver , apenas como pequenos exemplos, estas passagens:
“Muitos policiais com vocação passaram a ficar sem espaço, preteridos, propositadamente encostados, totalmente alijados dos cargos principais”.
“Muitos honestos desistiram e anteciparam suas aposentadorias”.
“Muitos desonestos começaram a apresentar-se como democratas subitamente convertidos, à semelhança do que o PCC faz quando diz que representa a massa carcerária oprimida.”
O autor, paradoxalmente, numa das passagens da obra, acaba sendo obrigado a lançar menção elogiosa a um dos democratas de última hora.Um daqueles que – em coletivas – anunciavam todo e qualquer criminoso sem expressão como “membro do PCC”; também vulgarizando a interceptação telefônica.
Mas tal passagem e menção elogiosa que deve ser compreendida e estendida por justiça aos policiais da equipe – em vez de isoladamente ao especialista em auto “merchandising “- não retiram o brilho e a importância da obra.
Um documento revelador da tibieza de autoridades policiais e autoridades políticas; que algemadas pela corrupção foram responsáveis pelo genocídio deflagrado pelo PCC.
E acima de tudo uma obra-documento que clama pelo conserto – “assepsia policial” – das Instituições e valorização dos bons policiais.